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Você tem dificuldade para pedir ajuda?
Em 2016 foi realizada uma pesquisa pela Universidade de Cornell (Nova York) – http://bit.ly/pesquisa_pedirajuda – que analisava a problemática do pedir ajuda. Nesta pesquisa, que contou com 14 mil casos de pedido de ajuda de voluntários a estranhos, ficou evidenciado que aqueles que pediram ajuda obtiveram o dobro de resposta positiva do que acreditavam que teriam.
Ou seja, o ato de pedir ajuda é mais difícil do que de fato obter ajuda depois de solicitada. Isso pode ajudar a desmistificar a ideia que muitas pessoas têm de que suas necessidades não serão consideradas quando comunicadas.
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Independência e Autossuficiência
Para a maioria das pessoas é difícil pedir ajuda. Por que será?
O ato de pedir ajuda pode ser interpretado como sinônimo de fraqueza. Não é incomum ouvirmos que só sobrevive aquele que é mais forte.
E o que é ser forte?
Será que ser forte significa não precisar de outras pessoas em momentos difíceis? Ser forte significa se mostrar inabalável 100% do tempo?
Vivemos uma época em que fazer mil coisas ao mesmo tempo e não ter um minuto para respirar é visto como qualidade. Virou sinônimo de alta produtividade, característica que atribui valor a quem somos.
Não deveria ser assim.
A ideia do TER QUE dar conta de tudo e agüentar tudo sozinho passou a ser um mantra para uma vida bem sucedida; uma qualidade a todos que desejam viver com autossuficiência e independência. Na busca por tais objetivos, acabamos nos perdendo. Não entendemos por que sentimos que algo não vai bem, mesmo sendo tão produtivos.
Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “- Não dependa de ninguém. Saiba se virar sozinho. Só podemos contar de verdade com nós mesmos.”
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É claro que todos precisamos confiar em nossa capacidade de realização, de superação e de aprendizado. Mas há uma enorme diferença entre ser autossuficiente versus ser uma pessoa que acredita SER OBRIGADA a dar conta de todos os problemas sozinha. Precisamos enxergar que somos seres sociáveis, relacionais e interdependentes. Em algum momento é necessário nos livrar de cargas desnecessárias, tais como essas de que devemos nos resolver sem ajuda; Que só podemos confiar mesmo é na gente e em mais ninguém; Que o outro não vai entender o que estamos passando e não vai saber o que fazer.
A verdade é que, de fato, nem sempre as pessoas terão a resposta para o nosso problema, mas o acolhimento da dor já é algo que pode trazer um pouco de tranquilidade em um momento de confusão.
Laura Sato
Perfeccionismo x Vulnerabilidade
Outro ponto importante a ser considerado quando falamos em pedir ajuda é o perfeccionismo. O perfeccionista não se dá a mínima abertura para o erro ou flexibilizações e quando percebe que algo não saiu como o esperado, é assolado por um vendaval de emoções e cobranças. A pessoa sente-se fracassada, culpada, incompetente e começa a duvidar de si mesma. Então, a busca pela perfeição se torna uma caminhada repleta de armadilhas em potencial, afinal:
Se nem a própria pessoa acolhe a imperfeição, como irá aceitar buscar ajuda?
Laura Sato
Pedir ajuda demanda coragem. Demanda humildade. Demanda mostrar-se vulnerável para falar sobre sentimentos. Envolve o autoconhecimento para entender os próprios limites e também respeito ao cuidar de si mesmo.
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Uma dica legal para falar mais sobre como lidar com nossas vulnerabilidades é o filme de Brené Brown: the Call to Courage, disponível na Netflix. Brené Brown é uma pesquisadora norte-americana que estuda e fala sobre vulnerabilidade, medo, coragem e imperfeição. Brené fala sobre como a vulnerabilidade e a coragem caminham juntas: “Ser vulnerável é ter a coragem de se expor sem ter qualquer controle do resultado final”. No filme Brené traz relatos pessoais e aborda temas como trabalho, amor e a vida.
O legal dentro desse contexto é a importância que devemos dar a quem somos.
Laura Sato
Sua história
Pedir ajuda é um ato de confiança. Afinal, é necessário confiar em uma pessoa para compartilhar seus medos, inseguranças e dificuldades.
A criação pode influenciar o modo como percebemos as pessoas. A educação com pouco afeto, com pouco amparo, escassa em comunicação clara ou a vivência em um ambiente onde se ouve muitas críticas e julgamentos, por exemplo, podem contribuir para o desenvolvimento de indivíduos com limitações para se expressar e para lidar com os próprios sentimentos – não há atribuição de valor às suas necessidades emocionais. Assim, torna-se difícil acreditar que é possível confiar em alguém para contar um problema e o medo de ser julgado por se mostrar vulnerável bloqueia as ações de pedido de ajuda.
Às vezes, trata-se apenas de uma forma que a pessoa encontrou para se proteger de eventuais decepções. Experiências anteriores ruins que envolveram a busca por apoio que não deram certo se tornam parâmetro. Assim, para evitar a repetição da situação de desdém ou de humilhação vivida, o indivíduo segue sozinho com suas angústias.
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Há também pessoas que não falam sobre o que estão passando por subestimar suas necessidades. Se colocam sempre no último lugar da fila e pensam: “Não quero atrapalhar ninguém com um problema que nem é tão grave assim.” ou “Esse é um problema meu, que devo resolver sozinho e não posso sobrecarregar outra pessoa que nada tem a ver com isso”.
Assim, dia após dia, o sofrimento torna-se parte da rotina. Não obstante, sentimentos como vazio, desespero e solidão começam a se tornar cada vez mais freqüentes. Com o passar do tempo, o isolamento e descontrole emocional se intensificam e os prejuízos nas atividades cotidianas também.
Suportar o sofrimento não significa sofrer sozinho.
O que fazer?
Quando estiver passando por um momento maior de dificuldade, tente pensar como seria se você soubesse que uma pessoa querida de seu convívio estava sofrendo sozinha e não pediu ajuda.
Você gostaria de ter tido ao menos a oportunidade de poder ajudá-la?
Laura Sato
Reflita sobre como tem se sentido. Reveja e repense o modo como tem lidado com os seus problemas. É possível compartilhar com alguém, contar com o apoio ou escuta de algum amigo, de um parente querido?
Se estiver difícil organizar os pensamentos, tente escrever sobre o que está passando, sem o objetivo de mostrar para alguém – você pode até mesmo jogar o papel fora depois que terminar. Outra alternativa é expressar as emoções através do desenho. Desenhe o seu problema. Rabisque sua emoção. Perceba como se sente durante e depois da atividade.
Assim que os pensamentos e sentimentos estiverem um pouco mais organizados, busque falar para alguém sobre o que está passando.
Lembre-se: sempre existem alternativas. A análise é também uma ótima aliada no processo de autoconhecimento e fortalecimento interno.
“Mudar é complicado, mas se acomodar é perecer.”
Mario Sergio Cortella
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